sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
« Nenhum de nós sabe o que existe e o que não existe.
Vivemos de palavras.
Vamos até à cova com palavras. Submetem-nos, subjugam-nos.
Pesam toneladas, têm a espessura de montanhas.
São as palavras que nos contêm, são as palavras que nos conduzem.
Mas há momentos em que cada um redobra de proporções, há momentos em que a vida se me afigura iluminada por outra claridade.
Há momentos em que cada um grita: - Eu não vivi! eu não vivi! eu não vivi! -
Há momentos em que deparamos com outra figura maior, que nos mete medo.
A vida é só isto? »
Raúl Brandão, in Húmus
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Viajo
ResponderEliminare sou vento no cabelo
sou fogo sobre o gelo
sou tiro que parte num duelo final...
Sou guerra
e só procuro ter paz
e tu não me dás
sou fera inflamável
como gás
Eu sou assim
Chego e desapareço cedo
eu sou a noite no espaço
ninguém me vê por onde eu passo
Eu parto e finjo que sou cruel
Espada de papel
Sou tinta
E tu és pincel, fiel
Eu sou assim
Chego e desapareço cedo
eu sou a noite no espaço
ninguém me vê por onde eu passo
Sou o vento todo o ano
Estou aqui por engano
Sou um tiro num duelo
Sou a noite
Sou o vento
Eu sou assim
Chego e desapareço cedo
Eu tenho tudo
E nunca desespero
às vezes desço abaixo de zero
Sou má
Sou guerra
E só procuro ter paz
E tu não me dás
Sou fera inflamável
como gás
.....